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CONSELHO ESPIRITA INTERNACIONAL
FEDERAÇÃO ESPIRITA BRASILEIRA
“E levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois, os vejo como árvores que andam.” – Marcos:- 8-24 O cego de Bethsaida, retomando os dons sagrados da vista, proferiu observações de grande interesse. Sua comparação é das mais belas. O reino das árvores apresenta silenciosas mensagens aos que saibam ouvi-lo. Qual acontece, no caminho das criaturas, existem árvores de todos os feitios. Vêem-se as que se cobrem apenas de ramos farfalhados à maneira dos homens palavrosos; as tortuosas, copiando os seres indecisos, ensaiando passos para o ingresso nas estradas retilíneas; as de tronco espinhoso, imitando os espíritos mais ásperos e ainda envenenados; as frutíferas que auxiliam carinhosamente as criaturas, não obstante os golpes e incompreensões recebidos, dando a idéia das almas santificadas, que servem ao Bem e à Verdade, no silencio divino. Nessa flora, como os seres ignorantes e grosseiros que ainda não chegaram a ser homens espirituais, não obstante a sua forma física, existem igualmente as plantas invasoras e parasitarias que não chegaram a ser árvores, apesar da forma verde de suas folhas. Quem não terá visto, alguma vez, a herva daninha, tentando sufocar a laranjeira, imitando as lutas da estrada humana? Quem não terá observado a trepadeira fascinante, florindo na coroa de uma árvore centenária, dando a impressão de ser tão alta e de tronco tão robusto, quanto ela? Que homem não terá reconhecido o ataque das plantas minúsculas que costumam esconder as estradas e invadir as propriedades ao abandono? O plano dos vegetais oferece às criaturas lições de profundo valor. Se já podes ver, como aquele cego feliz de Bethsaida, procura ser um elemento útil e digno, entre as árvores que andam. |
pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Levantar e Seguir, Médium: Francisco Cândido Xavier. |
Senhor Jesus! Diante do calendário que se renova, deixa que nos ajoelhemos para implorar-te compaixão. Tu que Eras antes que fôssemos, que nos tutelastes, em nome do Criador, na noite insondável das origens, não desvies de nós Teu olhar, para que não venhamos a perder o adubo do sangue e das lágrimas, oriundos das civilizações que morreram sob o guante da violência!... Determinaste que o Tempo, à feição de ministro silencioso de tua justiça, nos seguisse todos os passos... E, com os séculos, carregamos o pedregulho da ilusão, dele extraindo o ouro da experiência. Do berço para o túmulo e do túmulo para o berço, temos sido senhores e escravos, ricos e pobres, fidalgos e plebeus. Entretanto, em todas as posições, temos vivido em fuga constante da verdade, à caça de triunfo e dominação para o nosso velho egoísmo. Na governança, nutríamos a vaidade e a miséria. Na subalternidade, alentávamos o desespero e a insubmissão. Na fortuna, éramos orgulhosos e inúteis. Na carência, vivíamos intemperantes e despeitados. Administrando, alongávamos o crime. Obedecendo, atendíamos à vingança. Resistíamos a todos os teus apelos, em tenebrosos labirintos de opressão e delinqüência, quando vieste ensinar-nos o caminho libertador. Não Te limitaste a crer na glória do Pai Celeste. Estendeste-Lhe a incomparável bondade. Não Te circunscreveste à fé que renova. Abraçaste o amor que redime. Não Te detiveste entre os eleitos da virtude. Comungaste o ambiente das vítimas do mal, para reconduzi-las ao bem. Não Te ilhaste na oração pura e simples. Ofertaste mãos amigas às necessidades alheias. Não Te isolaste, junto à dignidade venerável de Salomé, a venturosa mãe dos filhos de Zebedeu. Acolheste a Madalena, possuída de sete gênios sombrios. Não consideraste tão-somente a Bartimeu, o mendigo cego. Consagraste generosa atenção a Zaqueu, o rico necessitado. Não apenas aconselhaste a fraternidade aos semelhantes. Praticaste-a com devotamento e carinho, da intimidade do lar ao sol meridiano da praça pública. Não pregaste a doutrina do perdão e da renúncia exclusivamente para os outros. Aceitaste a cruz do escárnio e da morte, com abnegação e humildade, a fim de que aprendêssemos a procurar contigo a divina ressurreição... Entretanto, ainda hoje, decorridos quase vinte séculos sobre o teu sacrifício, não temos senão lágrimas de remorso e arrependimento para fecundar o Saara de nossos corações... Em teu nome, discípulos infiéis que temos sido, espalhamos nuvens de discórdia e crueldade nos horizontes de toda a Terra! É por isso que o Tempo nos encontra hoje tão pobres e desventurados como ontem, por desleais ao teu Evangelho de Redenção. Não nos deixeis, contudo, órfãos de tua bênção... No oceano encapelado das provações que merecemos, a tempestade ruge em pavorosos açoites... Nosso mundo, Senhor, é uma embarcação que estala aos golpes rijos do vento. Entre as convulsões da procela que nos arrasta e o abismo que nos espreita, clamamos por teu socorro! E confiamos em que te levantarás luminoso e imaculado sobre a onda móvel e traiçoeira, aplacando a fúria dos elementos e exclamando para nós, como outrora disseste aos discípulos aterrados: – “Homens de pouca fé, porque duvidastes?”. |
pelo Espírito Irmão X - Do livro: Cartas e Crônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier. |